
A forma como laudos e diagnósticos são elaborados e interpretados na psicologia é profundamente influenciada pelas diversas teorias psicológicas. Cada abordagem teórica oferece uma perspectiva única sobre a natureza do sofrimento psíquico, os processos de avaliação e a validade dos diagnósticos.
Algumas teorias enfatizam a importância da observação objetiva do comportamento e da mensuração de variáveis específicas, buscando identificar padrões e categorias diagnósticas que possam ser universalmente aplicadas. Nesses casos, os laudos tendem a ser descritivos, focados em sintomas e critérios estabelecidos, com o objetivo de facilitar a comunicação entre profissionais e direcionar intervenções baseadas em evidências.
Outras correntes teóricas dão maior relevância à experiência subjetiva do indivíduo, às suas narrativas e ao significado que ele atribui às suas vivências. Para essas abordagens, o laudo e o diagnóstico não são meros rótulos, mas sim construções que devem considerar o contexto de vida, a história pessoal e as relações interpessoais do sujeito. A ênfase recai na compreensão singular do sofrimento, buscando desvendar as raízes do mal-estar e as formas como ele se manifesta na vida da pessoa.
Há também teorias que questionam a própria validade e utilidade dos diagnósticos tradicionais, argumentando que eles podem simplificar excessivamente a complexidade humana e estigmatizar os indivíduos. Essas perspectivas podem propor abordagens mais narrativas ou processuais para a avaliação, focando no desenvolvimento do sujeito e nos seus recursos de enfrentamento, em vez de categorizá-lo.
Em suma, enquanto algumas teorias buscam padronizar e categorizar para fins de intervenção e comunicação, outras priorizam a compreensão individualizada e contextualizada, e ainda outras desafiam os próprios modelos diagnósticos existentes. A escolha da abordagem teórica, portanto, impacta diretamente na maneira como o profissional de psicologia entende, avalia e elabora seus laudos e diagnósticos.





