
Com o passar dos anos, muitas pessoas começam a olhar para a própria vida de um jeito diferente. Mudanças no corpo, na rotina, no trabalho e nas relações podem trazer sentimentos novos — alguns leves, outros mais difíceis de carregar. É comum perceber que certas emoções, antes adormecidas, começam a pedir espaço. E, nesses momentos, buscar psicoterapia deixa de ser apenas uma opção e se torna um cuidado consigo mesmo.
Envelhecer não significa apenas somar anos, mas revisitar histórias, escolhas e sonhos que ficaram pelo caminho. Às vezes, isso desperta uma sensação de vazio, dúvidas sobre o futuro ou saudade do que já fomos. Outras vezes, surge o medo de depender de alguém, de perder autonomia ou de não se reconhecer mais. Esses sentimentos são humanos — e têm muito mais força quando não encontram um lugar para serem ouvidos.
A psicoterapia oferece exatamente esse lugar: um espaço onde cada pessoa pode falar de si sem pressa, sem julgamento e sem a necessidade de “estar bem o tempo todo”. Ali, o que parecia confuso começa a ganhar forma. O que parecia pesado começa a se aliviar. É como se, pouco a pouco, a vida fosse sendo reorganizada internamente, trazendo mais clareza e respiração.
Muitas pessoas mais velhas carregam histórias profundas de cuidado com os outros — filhos, netos, parceiros, família. Mas, às vezes, nunca tiveram a oportunidade de cuidar de si da mesma forma. Em terapia, elas descobrem que também merecem atenção, acolhimento e compreensão. Não importa a idade: sempre existe tempo para se escutar e se transformar.
Há quem chegue à terapia acreditando que “não adianta mais mudar”, que “já passou da hora de olhar para isso”. Mas o tempo nunca fecha as portas. Na verdade, ele abre outras. Em qualquer fase da vida, é possível reconstruir, ressignificar e encontrar novas maneiras de seguir em frente. Muitas vezes, basta ter alguém disponível para ouvir.
A escuta terapêutica ajuda a dar nome ao que antes parecia apenas um incômodo sem forma. Alguns descobrem medos que nunca expressaram. Outros encontram tristeza guardada há décadas. Há também quem perceba uma força que não sabia que tinha. O importante é que cada descoberta abre espaço para escolhas mais conscientes e para uma vida mais leve.
Quando alguém decide começar terapia, dá um passo corajoso: o passo de se colocar no centro da própria vida. E isso não é egoísmo. É cuidado. É maturidade. É a possibilidade de perceber que, mesmo diante das perdas e mudanças inevitáveis, ainda existe um caminho que pode ser construído com mais sentido.
Se você tem sentido que a vida mudou e não sabe bem como lidar com isso, talvez seja a hora de se ouvir de verdade. A psicoterapia não vai apagar dificuldades, mas pode trazer algo essencial: a chance de atravessar tudo isso com mais companhia, mais compreensão e mais suavidade. Sempre há tempo para começar.
Geovanna Moreira Bastos | Psicóloga e psicanalista - CRP 01/30116
Meu perfil no Terappia: www.terappia.com.br/psi/Geovanna-Moreira-Bastos
#terapia #psicologia #psicoterapia #envelhecimento #terceiraidade




