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Por que é tão difícil se afastar de relações que machucam

Quando o vínculo se torna um espelho das nossas feridas emocionais

3 de nov. de 2025

Francislaine dos Santos Manoel

Saúde mental
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Muitas pessoas vivem relacionamentos em que o amor e a dor parecem caminhar juntos.
Querem ficar, mas algo dentro delas também pede pra ir.
Esse conflito entre o medo da solidão e o desejo de paz emocional é mais comum do que parece — e entender suas raízes pode ser o primeiro passo para mudar o modo como você se relaciona.

 

No consultório, é comum ouvir histórias de pessoas que tentam sustentar um relacionamento mesmo quando já sentem que estão se perdendo dentro dele.
Elas dizem que amam, mas também sofrem.
Querem se afastar, mas sentem culpa.
Sabem que algo não está bem, mas têm medo de romper.

E o que começa como um vínculo de amor e afeto, aos poucos se transforma em uma relação marcada por medo, controle ou insegurança.
Mas o que realmente nos prende a esse ciclo?

 

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) nos ajuda a compreender que grande parte do que sentimos e fazemos em um relacionamento é guiado por crenças emocionais — ideias profundas sobre quem somos e o que merecemos viver.
Essas crenças costumam nascer de experiências antigas, como rejeições, críticas ou ausências afetivas, e moldam a forma como enxergamos o amor.

Algumas pessoas aprendem, sem perceber, a acreditar que precisam se esforçar demais pra serem amadas.
Outras, que amar é suportar tudo, mesmo o que machuca.
E há também quem confunda presença com dependência emocional.

Na TCC, o processo terapêutico ajuda o paciente a identificar esses padrões, compreender suas origens e desenvolver novas formas de pensar e se relacionar — com o outro e consigo.
Quando o amor vem acompanhado de ansiedade, culpa constante ou medo de ser abandonada, o que está falando mais alto já não é o amor, mas a necessidade emocional de não ficar só.

O amor saudável, ao contrário, dá espaço, escuta e liberdade.
Não controla, não diminui, não cobra perfeição.
Ele cresce junto com o cuidado — inclusive o cuidado consigo mesma.

Reflexão

Reconhecer que uma relação está difícil é um ato de coragem, não de desistência.
É o início de um processo de cura, onde a pessoa começa a se enxergar com mais compaixão e menos culpa.
A terapia é um espaço para reconstruir o olhar sobre si, aprender a colocar limites e fortalecer o amor-próprio — passo essencial para se libertar de vínculos que ferem mais do que acolhem.

Amar não é se perder tentando ser suficiente para o outro.
É se permitir ser inteira, mesmo que o outro não compreenda.
E, às vezes, o recomeço mais importante é aquele que acontece dentro da gente. 🌿

✍️ Francislaine dos Santos Manoel
Psicóloga – CRP 16/8391
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

 


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