
E se você pudesse falar com quem já se foi?
O que diria?
O que guardaria só para você?
O documentário Elena, de Petra Costa, é um mergulho profundo nas águas da memória e da ausência. Nele, Petra busca a irmã mais velha que partiu cedo demais. Entre fitas, diários e lembranças, ela costura fragmentos de histórias, tentando não apenas encontrar Elena, mas também a si mesma.
A dor que afoga
Petra descreve a sensação de viver como se estivesse sempre submersa, um peso no peito, um frio constante na pele, e uma presença invisível que nunca a deixa.
A metáfora da água, presente em todo o filme, traduz perfeitamente o que muitas pessoas sentem após uma grande perda: não é apenas tristeza, é como se estivéssemos nos afogando na própria história.
E quando não é uma pessoa, mas uma parte de nós
Talvez você nunca tenha perdido uma irmã, mas talvez já tenha perdido algo igualmente profundo: Um sonho que não se realizou. Uma relação que se desfez. Uma versão sua que não existe mais.
E, assim como Petra, talvez você também tenha se perguntado: "Quem eu sou agora?"
A ferida invisível
Quando essa dor não encontra espaço para ser olhada, ela cria raízes silenciosas:
- na dificuldade de se reconhecer no espelho
- na sensação constante de inadequação
- no medo de sonhar novamente
A vida segue… mas nós, às vezes, não conseguimos seguir junto.
A pergunta que fica
A jornada de Petra não é só sobre a irmã. É sobre se descobrir fora das expectativas da família, da sociedade e, muitas vezes, até das próprias.
E essa talvez seja uma das perguntas mais difíceis que podemos nos fazer:"Eu sou quem eu quero ser ou quem esperam que eu seja?"
Se permitir recomeçar
Está tudo bem se você ainda não tiver resposta.
Está tudo bem se a dor ainda estiver aí.
Às vezes, a gente só precisa de tempo, coragem e de um olhar mais gentil para si mesma. Porque a vida é feita de memórias, mas também de possibilidades. E o primeiro passo para voltar à superfície pode ser permitir-se falar sobre o que dói, com alguém que possa ouvir, sem pressa, sem julgamento, com acolhimento.
🌊 Se você sente que está se afogando no silêncio, talvez seja hora de abrir espaço para a sua história ser contada.
Um acompanhamento psicoterapêutico pode ser o início desse resgate.
Não para apagar as memórias, mas para ajudar você a encontrar fôlego para viver novas.





