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Quando a saudade é um oceano

11 de ago. de 2025

Thaina Pinheiro

Saúde mental
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E se você pudesse falar com quem já se foi?

O que diria?

O que guardaria só para você?

 

O documentário Elena, de Petra Costa, é um mergulho profundo nas águas da memória e da ausência. Nele, Petra busca a irmã mais velha que partiu cedo demais. Entre fitas, diários e lembranças, ela costura fragmentos de histórias, tentando não apenas encontrar Elena, mas também a si mesma.

 

A dor que afoga

 

Petra descreve a sensação de viver como se estivesse sempre submersa, um peso no peito, um frio constante na pele, e uma presença invisível que nunca a deixa.

 

A metáfora da água, presente em todo o filme, traduz perfeitamente o que muitas pessoas sentem após uma grande perda: não é apenas tristeza, é como se estivéssemos nos afogando na própria história.

 

E quando não é uma pessoa, mas uma parte de nós

 

Talvez você nunca tenha perdido uma irmã, mas talvez já tenha perdido algo igualmente profundo: Um sonho que não se realizou. Uma relação que se desfez. Uma versão sua que não existe mais.

E, assim como Petra, talvez você também tenha se perguntado: "Quem eu sou agora?"

 

A ferida invisível

 

Quando essa dor não encontra espaço para ser olhada, ela cria raízes silenciosas:

  • na dificuldade de se reconhecer no espelho
  • na sensação constante de inadequação
  • no medo de sonhar novamente

A vida segue… mas nós, às vezes, não conseguimos seguir junto.

 

A pergunta que fica

 

A jornada de Petra não é só sobre a irmã. É sobre se descobrir fora das expectativas da família, da sociedade e, muitas vezes, até das próprias.

E essa talvez seja uma das perguntas mais difíceis que podemos nos fazer:"Eu sou quem eu quero ser ou quem esperam que eu seja?"

 

Se permitir recomeçar

 

Está tudo bem se você ainda não tiver resposta.

Está tudo bem se a dor ainda estiver aí.

 

Às vezes, a gente só precisa de tempo, coragem e de um olhar mais gentil para si mesma. Porque a vida é feita de memórias, mas também de possibilidades. E o primeiro passo para voltar à superfície pode ser permitir-se falar sobre o que dói, com alguém que possa ouvir, sem pressa, sem julgamento, com acolhimento.

 

🌊 Se você sente que está se afogando no silêncio, talvez seja hora de abrir espaço para a sua história ser contada.

Um acompanhamento psicoterapêutico pode ser o início desse resgate.

Não para apagar as memórias, mas para ajudar você a encontrar fôlego para viver novas.

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