Na terapia temos diversos tipos de pacientes: os mais extrovertidos, mais tímidos, mais ansiosos, mais engraçados, depressivos...enfim uma infinita gama de características pessoais.

Estava atendendo esta semana uma cliente bem jovem que disse, ao final da sessão, que eu era a "detetive das emoções" .

Dentro das sessões nós temos trabalhado a hipersensibilidade dela e descobrimos que, muitas vezes, o choro tinha a função de chamar a atenção dos pais para ela. Descobrimos que ela perdeu espaços quando a irmã do meio nasceu e que para ela (na época com 6 anos) vista na idade pelos pais ela chorava.

Chamamos isso, na psicologia, de comportamento apreendido.

Neste dia durante a sessão que ela descobriu sobre a função do choro, mais precisamente na hora do feedback, ela disse que a sessão não tinha sido tão boa porque doeu muito.

Eu fiquei pensando que talvez ela parasse a terapia de tão incomodada que ficou. Entretanto, ela veio na outra semana e contou que tinha conseguido diminuir o choro e diminuiu a vontade de estar neste lugar de "especial."

Não sou contra o choro, pelo contrário, ele muitas vezes é uma ótima forma de abrir a válvula da pressão que adquirimos escondendo os sentimentos. Ele ajuda a acalmar diversas vezes. Quem já não chorou no banho e teve a "alma lavada"?

Então, dependendo da função o choro é muito benéfico.

Noto que ela tem conseguido ficar mais leve e neste último encontro ela me chamou de "detetive das emoções" e nós rimos e eu até me imaginei com um chapéu de Sherlock Holmes e uma lupa procurando as emoções de uma forma divertidamente.

O trabalho vai além de ajudar o cliente a nomear as emoções, mas fico feliz de ver as pessoas conseguindo sair de um lugar e com uma postura mais saudável.