Quando Você Dá Conta de Tudo na Sua Vida, na Verdade Não Está Dando Conta de Nada!

Ao longo da vida, as mulheres muitas vezes se veem atoladas em várias responsabilidades — equilibrar trabalho, família, relacionamentos e cuidar de si mesma pode parecer uma tarefa impossível. No entanto, segundo a psicologia, essa busca incessante por fazer tudo ao mesmo tempo pode ser contraproducente. Quando tentamos abraçar o mundo de uma só vez, corremos o risco de não conseguir realizar bem nenhuma das nossas tarefas.

Acreditamos que podemos realizar várias tarefas ao mesmo tempo, mas estudos mostram que nosso cérebro não é tão eficiente nesse tipo de abordagem. Psicólogos como Daniel Kahneman explicam que alternar rapidamente entre diferentes atividades pode reduzir nossa produtividade e aumentar o estresse (Kahneman, 2011). Portanto, a sensação de "dar conta de tudo" pode nos distrair e impedir que nos concentremos verdadeiramente em cada aspecto da vida, diminuindo nossa sensação de realização, o que dificulta aproveitar verdadeiramente nossas conquistas.

Manter-se constantemente ocupada sem um momento para relaxar e recarregar pode ter um impacto negativo na nossa saúde mental. Estudos mostram que descansar adequadamente e praticar o autocuidado são essenciais para nossa resiliência emocional e capacidade de lidar com desafios (Van der Kolk, 2014). Ignorar nossas necessidades emocionais pode levar a sentimentos de ansiedade, depressão e burnout.

É fundamental reconhecer nossos limites e aprender a priorizar o que realmente importa em nossas vidas. Psicólogos como Carl Rogers enfatizam a importância de cultivar um ambiente de autoaceitação e autoconhecimento para alcançar um equilíbrio saudável (Rogers, 1961). Isso inclui saber quando dizer não, delegar responsabilidades e reservar tempo para nós mesmas, sem culpa.

Portanto, perceber que não podemos fazer tudo ao mesmo tempo é o primeiro passo para uma maior sensação de bem-estar e realização pessoal. Ao focar em algumas áreas-chave e praticar o autocuidado, podemos realmente sentir que estamos dando conta do que realmente importa em nossas vidas.

Juliana Antoniassi - Psicóloga

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Referências

• Kahneman, D. (2011). Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar. Objetiva.

• Lazarus, R. S., & Folkman, S. (1984). Stress, Appraisal, and Coping. Springer.

• Seligman, M. E. P. (2011). Florescer: Uma Nova e Visionária Interpretação da Felicidade e do Bem-estar. Editora Objetiva.

• Van der Kolk, B. A. (2014). O Corpo Guarda a Pontuação: Cérebro, Mente e Corpo na Cura do Trauma. Editora Sextante.

• Rogers, C. R. (1961). Tornar-se Pessoa. Editora WMF Martins Fontes.

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